Retorno do Def Leppard ao Brasil pode apagar fiasco de 20 anos atrás

O Def Leppard, enfim, voltará ao Brasil. A banda foi confirmada no festival Rock In Rio. A apresentação acontece no dia 21 de setembro, no Palco Mundo, no mesmo dia em que haverá shows de Aerosmith, Alice Cooper + Arthur Brown, Billy Idol, Scalene e Baiana System + Titica.

Esta será a chance perfeita para que o Brasil se redima com o Def Leppard – e vice-versa, de certa forma. Digo isto porque a banda só veio uma vez ao país, em uma turnê catastrófica.

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O grupo britânico veio ao Brasil em 1997 para cumprir três datas de sua “Slang World Tour”, que promovia o disco “Slang”. Foram agendados um show no antigo Metropolitan Hall, no Rio de Janeiro (22/04), e dois no Olympia, em São Paulo (23 e 24/04).

O momento

A banda não estava tão em alta naquele momento. “Slang”, cuja estética sonora se aproxima muito mais do rock alternativo, teve baixas vendas em comparação aos antecessores e fez com que o grupo procurasse por mercados alternativos para suas turnês. Não só o Brasil, mas, também, países asiáticos que, até então, nunca haviam recebido o quinteto.

Ainda assim, esperava-se que as casas de shows enchessem com as apresentações do Def Leppard. Afinal, era a primeira do grupo em terras tupiniquins. O Metropolitan era referência no Rio – ainda é, mas, hoje, atende pelo nome de Km de Vantagens Hall e tem, atualmente, capacidade máxima de lotação um pouco maior, de 8,5 mil pessoas.

Já o Olympia, que deixou de existir em 2005, foi uma das casas mais tradicionais de São Paulo e recebia até 4 mil pessoas. Grupos menores já lotaram aquele espaço, como Gamma Ray, Children Of Bodom, Primal Fear e Overkill. Por que o Def Leppard não conseguiria um feito semelhante?

O fiasco

Não conseguiu. Somente 250 pessoas estiveram presentes no show do Def Leppard no Rio de Janeiro. Já em São Paulo, uma das apresentações foi cancelada pela baixa venda de ingressos, apesar da outra performance ter tido lotação razoável. E o motivo segue um mistério, mas, evidentemente, tem a ver com a pouca expressão que a banda tinha por aqui.

Há quem diga que a demora do Def Leppard em ter se apresentado no Brasil tenha sido determinante para o baixo público nos shows de 1997. O grupo viria ao Rock In Rio em 1985, mas a apresentação foi cancelada.

Existe, inclusive, um rumor de que o cancelamento ocorreu em função do acidente de carro que fez Rick Allen perder seu braço esquerdo. No entanto, a performance não aconteceu porque o Def Leppard estava com problemas na concepção do disco “Hysteria”, que seria lançado em 1985, mas estava com as gravações atrasadas.

Uma questão lógica, visto que não daria tempo de contratar e trazer o Whitesnake em tão pouco tempo entre o acidente e o show. A colisão automobilística ocorreu em 31 de dezembro de 1984 e o Rock In Rio de 1985 começou em 11 de janeiro de 1985.

Fato é que desde o fiasco em 1997, o Def Leppard nunca mais voltou ao Brasil. Diversas turnês de alcance mundial foram realizadas, mas o país ficou de fora, apesar das (arriscadas) tentativas de empresários em trazê-los.

Em tempos de internet, dificilmente o fiasco se repetiria em shows solo do Def Leppard. Milhares de brasileiros conhecem o grupo hoje em dia. No entanto, a ousadia ficou a cargo do Rock In Rio, por trazê-los 20 anos após o fiasco.

Problema com o Rio?

Em entrevista ao site Vamos Musicalizar, no ano de 2014, o guitarrista Phil Collen foi questionado sobre a fatídica ocasião. E chegou a brincar que o Def Leppard não é apreciado no Rio de Janeiro.

“Acho que 100 pessoas apareceram, e eles foram ótimos. Nós apenas descemos e tocamos. Nós pensávamos que o Rio seria ótimo, porque todos diziam que eles nos amavam lá. Nós fomos e ninguém apareceu. Foi a pior turnê que já fizemos. Mas talvez o Rio de Janeiro não gosta de nós. São Paulo foi muito louco. Eles nos amaram”, afirmou.

Apesar disso, será justo no Rio de Janeiro onde o Def Leppard se apresentará novamente. E, muito provavelmente, será bem recebido pelo público.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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